Nosso passeio
começou saindo de Porto Alegre/RS em direção a Florianópolis,
porém antes de chegarmos em Laguna/SC nós pegamos a estrada que vai
para Imaruí, São Bonifácio, Santo Amaro e finalmente
Florianópolis. Nesse trecho rodamos por estradas de chão e
conhecemos alguns lugares pitorescos, além é claro de cachoeiras
com direito a banho.
Em Florianópolis
nós passamos o Natal em família e depois seguimos para Botuverá
que fica ao sul do Parque Nacional da Serra do Itajaí. Chegando em
Botuverá fomos direto ao Parque Municipal das Grutas de Botuverá -
http://www.botuvera.sc.gov.br/turismo-lazer/parque-das-grutas/.
O parque é muito organizado com amplo estacionamento, um museu, uma
lanchonete (com preços razoáveis) e alguns quiosques espalhados. No
parque passa um rio com água muito limpa, tem uma pequena trilha que
leva a uma cachoeira apenas para contemplação.
Fotos
Mas o motivo que
viemos ao parque foi a visita à Gruta. Apesar de não ser permitido
fotografar nem filmar no interior da Gruta eu superrecomendo a
visita, pois como eu disse é tudo muito bem organizado e o guia
muito bom. A visitação dura cerca de uma hora e é muito
interessante.
Depois de
conhecermos a Gruta nós seguimos para a Cascata Venzon. O lugar é
muito bonito, você paga uma taxa de entrada e recebe uma
pulseirinha. Pelo que percebemos é um lugar que deve encher muito durantes os finais de semana, mas demos sorte e além de nós
havia mais umas dez pessoas apenas. A Cascata é muito bonita em seus
três lances de queda. O poço para banho é muito bom e a água
muito limpa. No local tem uma lanchonete e banheiros. Recomendo
conhecer, principalmente se forem em dia de semana.
Depois de
conhecermos e curtirmos um pouco a cachoeira nós seguimos para o
Recanto Feliz, também em Botuverá. O local é muito bem cuidado,
possui cabanas bem rústicas encravadas em meio à natureza (só não
pernoitamos ali porque queríamos ganhar tempo de estrada). No local
tem uma cachoeira muito bonita com um poço raso para banho, mas como
o dia estava quente foi muito bom para se refrescar.
A lanchonete do
Recanto é muito boa e os preços são bem razoáveis. Os banheiros
são limpos e organizados e eles não cobram para quem quiser apenas
visitar o local e ir até a cachoeira. Para não sairmos sem gastar
nada resolvemos saborear uma porção de bolinhos de mandioca (R$
15,00 por 600g) e uma H2O (R$ 4,00).
Conversando com o
rapaz que nos atendeu ele disse que existem mais três cachoeiras
nas terras do Recanto e que eles estão abrindo o acesso para
visitação, então já ficamos com vontade de voltar.
Após comermos os
bolinhos seguimos nossa viagem em direção à Pomerode (uma das
cidades pertencentes ao circuíto do Vale Europeu). Chegamos no final da tarde e começamos a procurar algum lugar (bom e
barato) para pernoitar. Rodamos a cidade, telefonamos para algumas
pousadas e então paramos na praça central para resolver o que
faríamos. Pesquisamos o que tinha para fazer nas redondezas e
resolvemos seguir adiante, pois achamos que em Corupá seria mais
interessante para nós. Já estava tarde e como nós havíamos feito
muita coisa durante o dia resolvemos pousar no caminho,
e olha que não foi fácil conseguir algo bom e barato.
Nós pesquisávamos pela internet e telefonávamos e nada. Até que
descobrimos no Booking Hotel Jovila em Jaraguá do Sul (o preço no
Booking para quarto duplo com café da manhã era de R$ 150,00
telefonamos para ver se tinha vaga e o valor passou para R$ 130,00…
melhor ainda). Pernoitamos em Jaraguá do Sul e cedo tomamos o café
(simples mas justo pelo valor) e seguimos para Corupá.
Ao chegarmos em
Corupá nos deparamos direto com a placa que indicava a Rota das
Cachoeiras, que era uma das atrações que nos levou até a cidade, e fomo direto para lá.
A Rota das Cachoeiras fica em uma
Reserva Particular do Patrimônio Natural –
http://rotadascachoeirascorupa.blogspot.com.br/.
O local é muito bem organizado, porém quando fomos estavam fazendo
uma reforma na sede da Reserva e a lanchonete estava fechada, então
se for visitar o local não se arrisque e leve um lanche para não
passar fome. O ingresso dever ser adquirido com antecedência, pois
não vendem no local. Existem dois pontos de venda no caminho, sendo um deles
bem próximo ao local. O trajeto é bem
sinalizado, pois como a Rota das Cachoeiras é composta por 14
cachoeiras (sendo treze abertas à visitação) eles fizeram 14
placas de sinalização com imagens das 14 cachoeiras e colocaram a
cada quilômetro antes da chegada.
Ao todo são 2900
metros de trilha de ida e os mesmos 2900m de volta, mas apesar de curta
existe muita variação de altitude, então quem não tiver um pouco
de preparo físico vai cansar mais. Vale muito completar a
trilha e chegar no Salto Grande com seus 125m de queda. A trilha é
muito fácil e segura (se você obedecer as normas é claro) onde tem
subida íngreme eles fizeram escadas de pedras, existem algumas
passarelas de madeira e algumas pontes pênsil (pinguela). O único ponto
negativo desse passeio é que o banho não é permitido, apenas na
sétima cachoeira e em dois pontos de chuveiros (com água dos rios).
Esse passeio é imperdível para quem estiver pela região ou se for
como nós que gostamos de ir atrás de cachoeiras.
Saindo da Rota das
Cachoeiras seguimos para o município de Corupá. Nossa ideia era acampar e para isso levamos nosso equipamento, porém
como o tempo estava chuvoso resolvemos novamente procurar um lugar
para pernoitar. Rodarmos pela cidade e pesquisarmos na
internet e resolvemos entrar em contato com uma pousada que a Débora
já havia pesquisado antes de sairmos em viagem. Telefonamos e como
tinha vaga fomos para a Pousada Eco Vila Ecológica (R$ 110,00 a
pernoite com “café da manhã” - café, leite, Tang, apresuntada,
queijo, manteiga e geleia – na capital catarinense da banana em
plena safra e nenhuma banana no café). A pousada é bem rústica,
tem uma boa piscina e deixa utilizar a cozinha à noite, até por que
na cidade toda você só encontra lanches à noite e, para quem fica
fazendo passeios durante o dia inteiro, uma comidinha quente na janta
vai muito bem. Resumindo fizemos uma massa com molho e comemos no
deck da pousada ao lado da piscina.
Acordamos, tomamos o
café da manhã e mesmo abaixo de muita chuva seguimos para nosso
segundo destino pré-definido em Corupá, o Parque Nacional do Braço
Esquerdo – PNBE -
https://www.parquebracoesquerdo.com.br/
onde tem a Cachoeira do Braço Esquerdo. Este era o local onde
queríamos ter acampado. Chegamos no parque abaixo de chuva, pagamos
a entrada de R$ 10,00 por pessoa, conversamos um pouco com o rapaz
que nos atendeu e seguimos para as trilhas, muito curtas. Já no
início descemos até o rio para fazer algumas fotos e depois
seguimos para a Trilha da Cachoeira. Como chovia muito não foi
possível tirar boas fotos. Depois de irmos até a base da cachoeira
tinha ainda a Trilha do Vale Perdido e a Caverna da Fuga, porém eu e
a Dé vimos que tinha uma “trilha” que aparentemente subia a
cachoeira mas não era demarcada. Resolvemos subir por essa trilha (e
continuava chovendo muito) e, depois de caminharmos uns 300 metros,
estávamos caminhando ao lado de uma valeta de água da chuva quando
a Dé começou a saltitar e bater os braços (nossa será que quer
voar???) e de repente despencou ladeira abaixo até eu segurá-la e
tentar entender o que havia acontecido, pois ela tinha se deparado
com a Jezebel (segundo o rapaz que nos recebeu no parque é a
Jararaca que fica por ali para pegar os sapinhos na valeta). Depois
que a Débora parou de tremer resolvemos não fazer mais essa trilha
e descemos até a sede do PNBE onde ficamos sabendo da Jezebel. Fomos
então fazer a Trilha do Vale Perdido, ainda abaixo de muita chuva, e
segundo nos falaram a trilha estaria um pouco (só que muito)
detonada pelas chuvas. Mesmo assim fizemos a trilha, que é curta, e
valeu muito, pois a trilha acompanha o rio lateralmente até um ponto
onde o rio faz uma “quebrada” para a esquerda e some em uma fenda
entre duas paredes de pedra.
Voltamos, pegamos
nossas lanternas e seguimos para a Caverna da Fuga. A entrada da
caverna fica em baixo de uma gigantesca pedra com várias vias de
escalada e consequentemente alguns escaladores, mesmo abaixo de
chuva. Fomos até a entrada da caverna onde encontramos um casal
saindo e dizendo que era algo muito difícil de se entrar pois tinha
um local que você ficava com água no peito e só passava a cabeça
e olha que o cara era alto, mas ele esqueceu de dizer que a água no
peito é porque você tinha que caminhar agachado…
Resolvemos então
voltar e pegar a GoPro e o chimarrão, afinal eu entraria e a Débora
ficaria do lado de fora tomando chimarrão. Mas antes disso a Débora
entrou comigo até o segundo salão, antes da passagem pela água,
são alguns metros até a entrada da caverna e desligamos as
lanternas e a escuridão era total, nem um reflexo de luminosidade
aparecia (muito estranho). Sem falar nos rasantes dos morcegos.
Voltamos com a GoPro
e o Chimas e eu me fui caverna adentro, só posso dizer que foi
muiiiito show mesmo. Um pouco adiante do ponto onde a Débora foi
você entra na água e passa em um buraco onde só fica a cabeça de
fora (cerca de 5 – 6 metros) e sai em um salão onde tem uma
cachoeira dentro da caverna, óbvio que o banho foi ótimo. Adiante
da cachoeira a caverna avança mais uns 10 metros e termina, pelo
menos foi o que enxerguei. Acho que se não fosse a quantidade de
chuvas a cachoeira não seria tão bonita ali. A filmagem não ficou
com uma definição muito boa devido a falta de luminosidade.
Voltamos a sede,
trocamos de roupa (banheiro muito limpo e descobrimos que para
acampar ali não pode querer chuveiro quente) e fomos nos despedir do
pessoal e foi aí que o cana nos disse que eles fazem parte do
Grupamento de Resgate da região e que estavam em alerta laranja da
Defesa Civil devido as fortes chuvas… e nós curtindo os passeios…
De Corupá sairíamos
em direção a Iraí/RS (onde passaríamos o Final de Ano) e no
caminho teríamos mais algumas cachoeiras para visitar, porém devido
ao tempo resolvemos ir direto para Iraí.
Essa foi nossa
viagem de final de ano, algumas cachoeiras, mar, gruta, caverna,
rios, cobra e muita, mas muita diversão. Uma ótima maneira de
encerrar 2017!